Classes gramaticais - Relembrando
Segundo um estudo
morfológico da Língua Portuguesa, as palavras podem ser analisadas e
catalogadas em dez classes
de palavras ou classes
gramaticais distintas, sendo elas: substantivo, artigo,
adjetivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e
interjeição.
Relembre algumas classes gramaticais lendo as informações abaixo.
Substantivo
Substantivos são
palavras que nomeiam seres, lugares, qualidades, sentimentos, noções, entre
outros. Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número
(singular e plural) e grau (diminutivo, normal, aumentativo). Exercem sempre a
função de núcleo das funções sintáticas onde estão inseridos (sujeito, objeto
direto, objeto indireto e agente da passiva).
Os substantivos
classificam-se em:
Substantivos
simples:
são formados
por apenas uma palavra. Exemplos: casa; amor; roupa; livro; felicidade.
Substantivos
compostos: são formados por mais de uma palavra. Exemplos: passatempo; arco-íris; beija-flor; segunda-feira;
malmequer.
Substantivos
primitivos:
como o próprio nome indica, são aqueles que não
derivam de outras palavras. Exemplos:
folha; chuva; algodão; pedra; quilo.
Substantivos
derivados:
são aquelas palavras que derivam de outras Exemplos:
casarão (derivado de casa), folhagem (derivado de folha), chuvarada (derivado
de chuva).
Substantivos
próprios:
grafados em
letra maiúscula, são palavras que particularizam seres, entidades, países,
cidades, estados da mesma espécie. Exemplos: Flávia; Brasil; Carnaval; Nilo; Serra da
Mantiqueira.
Substantivos
comuns:
são as palavras que designam os seres da mesma
espécie de forma genérica. Exemplos: pessoa; computador; papagaio; uva; planeta; país.
Substantivos
coletivos:
são aqueles que se referem a um conjunto de seres.
Exemplos: rebanho; cardume; pomar; arquipélago;
constelação.
Substantivos
concretos: eles
designam as
palavras reais, concretas, sejam elas pessoas, objetos, animais ou lugares.
Exemplos: mesa; cachorro; samambaia;
chuva; Felipe.
Substantivos
abstratos:
são aqueles relacionados aos sentimentos, estados,
qualidades e ações. Exemplos: beleza; pobreza; riqueza; crescimento;
amor; calor.
Substantivos
comuns de dois gêneros: são os substantivos que apresentam uma só forma para o
gênero masculino e o gênero feminino, sendo a distinção de gênero feita através
dos artigos o, a, um, uma ou de outros determinantes. Exemplos: o estudante / a estudante; o jovem / a jovem;
o artista / a artista; um
imigrante / uma imigrante; um indígena /
uma indígena; o jornalista / a jornalista;
um jornalista / uma jornalista.
Substantivos
sobrecomuns:
diferentes dos epicenos, esse tipo é associado às
pessoas, por exemplo, a palavra “criança”. Ela é utilizada em ambos os casos: a
criança é uma menina; a criança é um menino. Outros exemplos: a vítima; a pessoa; o
gênio; o indivíduo.
Substantivos
epicenos:
referem-se a animais e possuem apenas um gênero. A distinção dá-se pelo designação de macho ou fêmea. Exemplos: anta macho / anta fêmea; borboleta
macho e borboleta fêmea; cobra macho e cobra fêmea; crocodilo macho / crocodilo
fêmea; escorpião macho / escorpião fêmea; foca macho / foca fêmea.
Artigo
Artigos são palavras
que antecedem os substantivos, determinando a definição ou a indefinição dos
mesmos. Sendo flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e
plural), indicam também o gênero e o número dos substantivos que determinam.
Classificam-se em:
Artigos
definidos:
determinam os substantivos de modo preciso, particular. São: o; a; os; as.
Exemplos:
O vizinho ganhou a loteria.
A criança caiu da bicicleta..
Artigos
indefinidos:
determinam os substantivos de modo vago, impreciso e geral. São: um; uma; uns; umas.
Exemplos:
Um vizinho ganhou a loteria.
Uma criança caiu da bicicleta.
Adjetivo
Adjetivos são palavras
que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma qualidade, característica,
aspecto ou estado. Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino),
número (singular e plural) e grau (normal, comparativo, superlativo).
Exemplos: casa velha (o adjetivo velha caracteriza o
substantivo casa); prédio antigo (o adjetivo antigo caracteriza
o substantivo prédio); casas velhas (o adjetivo velhas caracteriza
o substantivo casas); prédios antigos (o adjetivo antigos
caracteriza o substantivo prédios).
Os adjetivos podem ser simples,
sendo formados por apenas um radical, ou compostos,
sendo formados por dois ou mais radicais.
Exemplos de adjetivos simples:
A maçã é vermelha.
O menino é
muito bonito.
Minha mãe está zangada.
Exemplos de
adjetivos compostos:
Meu vestido verde-escuro está
estragado.
Meu pai é franco-brasileiro.
Que menino mal-educado!
Grau dos
adjetivos
Relativamente
ao grau, os adjetivos podem estar no grau normal, no grau
comparativo ou no grau superlativo, indicando diferentes intensidades com que
um adjetivo pode caracterizar um substantivo.
Grau
normal: O Mateus é inteligente.
Grau
comparativo de superioridade: O Mateus é mais inteligente que o
Bruno.
Grau
comparativo de inferioridade: O Mateus é menos inteligente que a
Camila.
Grau
comparativo de igualdade: O Mateus é tão inteligente quanto a
Luana.
Grau
superlativo absoluto analítico: O Mateus é muito inteligente.
Grau
superlativo absoluto sintético: O Mateus é inteligentíssimo.
Locução
adjetiva
Locução adjetiva é
um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como um adjetivo,
caracterizando um substantivo. As locuções adjetivas são formadas
maioritariamente pela preposição de mais um substantivo.
Exemplos:
... de criança – relativa ao
adjetivo infantil;
... de pai – relativa ao adjetivo
paterno;
... de mãe – relativa ao adjetivo materna;
... de morte – relativa ao adjetivo mortal;
... de leite – relativa ao
adjetivo lácteo.
Outros tipos de adjetivos
Adjetivos primitivos: são adjetivos
cuja origem não reside em outras palavras da língua portuguesa, mas sim em
palavras de outras línguas. Exemplos:
feliz; bom; azul; triste; grande; …
Adjetivos derivados: são adjetivos
cuja origem reside em outras palavras da língua portuguesa, ou seja, derivam de
substantivos ou verbos. Exemplos:
magrelo; avermelhado; apaixonado; …
Adjetivos explicativos: são adjetivos
que expressam uma qualidade própria do ser. Exemplos: fogo quente; mar salgado; céu azul; …
Adjetivos restritivos: são adjetivos
que expressam uma qualidade que não é própria do ser, tornando-o único no grupo
de referência.
Exemplos: blusa amarela; cantora
baiana; criança inteligente; …
Adjetivos
pátrios: são adjetivos que nomeiam as pessoas conforme o
local onde nascem ou vivem. São adjetivos derivados, dado que têm quase sempre
sua origem no nome do lugar a que se referem. Exemplos: baiano; paulista; pernambucano; cearense; alemão; francês;
nipo-brasileiro; luso-brasileiro; …
Adjetivos adverbializados: são adjetivos que,
na oração, assumem a função de advérbio, permanecendo assim invariáveis.
Substituem advérbios de modo terminados em –mente, produzindo um discurso mais
rápido, acessível e enfático. Exemplos:
Venha rápido ver o
que aconteceu! (rápido = rapidamente)
Aprendemos fácil a
matéria. (fácil = facilmente)
Ela escorregou, caiu e bateu forte no
chão. (forte = fortemente)
Pronomes
Os pronomes representam a
classe de palavras que substituem
ou acompanham os substantivos.
De acordo com a
função que exercem, eles são classificados em:
Pronomes pessoais
Pronomes possessivos
Pronomes demonstrativos
Pronomes de tratamento
Pronomes indefinidos
Pronomes relativos
Pronomes interrogativos
Pronomes pessoais
Os pronomes
pessoais são classificados de acordo com sua função na oração, ganhando duas
divisões: retos (quando desempenham a função de
sujeito) e
oblíquos (quando desempenham a função de complementos). Também
fazem parte deste grupo os pronomes de tratamento.
Pronomes pessoais
retos
1.ª pessoa do singular - eu
2.ª pessoa do singular - tu
3.ª pessoa do singular - ele, ela
1.ª pessoa do plural - nós
2.ª pessoa do plural - vós
3.ª pessoa do plural - eles, elas
2.ª pessoa do singular - tu
3.ª pessoa do singular - ele, ela
1.ª pessoa do plural - nós
2.ª pessoa do plural - vós
3.ª pessoa do plural - eles, elas
Exemplos com função de sujeitou:
Eu li o
livro.
Tu leste o
livro.
Ele leu o
livro.
Nós lemos o
livro.
Vós lestes o
livro.
Eles leram o
livro.
Exemplos com função de predicativo do sujeito:
A escolhida fui eu.
A escolhida foste tu.
A escolhida foi ela.
As escolhidas fomos nós.
As escolhidas fostes vós.
As escolhidas foram elas.
Pronomes
pessoais oblíquos: são aqueles que assumem a função de objeto
direto e de objeto indireto e esses podem ser classificados como tônicos e
átonos e nesse quesito muitas pessoas tem dificuldade de compreender como
utiliza-los no dia a dia.
Pronomes pessoais oblíquos átonos.
Pronomes oblíquos tônicos: são
sempre precedidos por preposições, em geral as preposições a,
para, de e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a
função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
Pronomes
oblíquos tônicos:
1.ª pessoa do singular - mim, comigo
2.ª pessoa do singular - ti, contigo
3.ª pessoa do singular - ele, ela, si, consigo
1.ª pessoa do plural - nós, conosco
2.ª pessoa do plural - vós, convosco
3.ª pessoa do plural - eles, elas, si, consigo
Nota: As
formas comigo, contigo, consigo, conosco e convosco são formas contraídas com a
preposição com.
Exemplos com função de objeto indireto:
Ele comprou este livro para mim?
Ele comprou este livro para ti?
Ele comprou este livro para ela?
Ele comprou este livro para nós?
Ele comprou este livro para vós?
Ele comprou este livro para eles?
Os
pronomes oblíquos átonos:
substituem substantivos e podem assumir a função de objeto direto ou de objeto
indireto da oração. Não são precedidos de preposições.
Pronomes
oblíquos átonos:
1.ª pessoa do singular - me
2.ª pessoa do singular - te
3.ª pessoa do singular - o, a, se, lhe
1.ª pessoa do plural - nos
2.ª pessoa do plural - vos
3.ª pessoa do plural - os, as, se, lhes
2.ª pessoa do singular - te
3.ª pessoa do singular - o, a, se, lhe
1.ª pessoa do plural - nos
2.ª pessoa do plural - vos
3.ª pessoa do plural - os, as, se, lhes
Exemplos com função de objeto direto:
Ele viu-me pela janela.
Ele viu-te pela janela.
Ele viu-o pelo espelho.
Ele viu-a pela janela.
Ele viu-se pela janela.
Ele viu-nos pela janela.
Ele viu-vos pela janela.
Ele viu-os pela janela.
Ele viu-as pela janela.
Exemplos com função de objeto indireto
Eu dei-lhe as indicações
necessárias.
Eu dei-lhes as indicações
necessárias.
Pronomes
possessivos
Pronomes possessivos indicam,
principalmente, uma relação de posse, ou seja, indicam que alguma coisa pertence
a uma das pessoas do discurso. A forma que o pronome possessivo assume concorda
com a pessoa gramatical a que se refere (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso) e
varia em gênero (masculino e feminino) e número (plural e singular) de acordo
com aquilo que é possuído.
Exemplo:
Aqui está o meu livro.
Pronomes
possessivos
1.ª pessoa do singular (eu) - meu, minha, meus, minhas
2.ª pessoa do singular (tu) - teu, tua, teus, tuas
3.ª pessoa do singular (ele/ela) - seu, sua, seus, suas
1.ª pessoa do plural (nós) - nosso, nossa, nossos, nossas
2.ª pessoa do plural (vós) - vosso, vossa, vossos, vossas
3.ª pessoa do plural (eles/elas) - seu, sua, seus, suas
2.ª pessoa do singular (tu) - teu, tua, teus, tuas
3.ª pessoa do singular (ele/ela) - seu, sua, seus, suas
1.ª pessoa do plural (nós) - nosso, nossa, nossos, nossas
2.ª pessoa do plural (vós) - vosso, vossa, vossos, vossas
3.ª pessoa do plural (eles/elas) - seu, sua, seus, suas
Exemplos
de concordância dos pronomes possessivos:
Eu não
dormi na minha cama.
Tu não
dormiste no teu quarto.
Você não
dormiu na sua
cama.
Nós não
dormimos no nosso quarto.
Vós não
dormistes na vossa cama.
Eles não
dormiram nos seus
quartos.
Observações
No caso
do pronome possessivo determinar vários substantivos, deverá concordar em
gênero e número com o substantivo que estiver mais próximo.
Exemplos:
Nós trouxemos
nossas roupas,
sapatos e equipamento.
Trouxe-me
seus livros e anotações.
É
facultativa a utilização de um artigo definido antes dos pronomes possessivos.
Exemplos:
Meu irmão é
muito bonito.
O meu irmão é
muito bonito.
Minha mãe é brava.
A minha mãe é brava.
Os
pronomes possessivos, além da noção de posse, podem transmitir uma ideia de
respeito, afeto, ofensa ou cálculo aproximado. Exemplo:
Não se preocupe, minha senhora, nós
resolveremos o assunto. (respeito)
Meu filho,
por favor, tenha cuidado! (afeto)
Seu irresponsável,
você podia ter morrido! (ofensa)
Aquela estátua já deve ter seus 15 anos. (cálculo
aproximado)
Em
algumas situações, os pronomes pessoais oblíquos podem assumir valores equivalentes
aos pronomes possessivos. Exemplo:
A chuva molhou-te o cabelo. (Molhou o teu cabelo).
Agarrei-lhe a mão. (Agarrei a sua mão).
Ambiguidade
na utilização de alguns pronomes possessivos
A
utilização dos pronomes possessivos na 3.ª pessoa do singular ou do plural
(seu, sua, seus, suas) pode originar dúvidas quando ao elemento possuidor. Para
evitar ambiguidades, utilizam-se as formas contraídas dele, dela, deles, delas.
Exemplo de ambiguidade de possuidor:
Exemplo de ambiguidade de possuidor:
A professora proibiu que o aluno utilizasse seu dicionário.
(O dicionários é da professora ou do aluno?)
Exemplo
de utilização das formas contraídas dele, dela, deles, delas:
A professora proibiu que o aluno
utilizasse o dicionário dele.
A professora proibiu que o aluno
utilizasse o dicionário dela.
Pronomes possessivos adjetivos e substantivos
Os
pronomes possessivos podem ser classificados ainda em pronome possessivo
adjetivo, quando acompanha, determina e modifica os substantivos, e em pronome
possessivo substantivo, quando substitui o substantivo numa frase.
Exemplo:
Meu filho é
indisciplinado. (pronome possessivo adjetivo)
Aquela caneta é a minha. (pronome
possessivo substantivo)
Pronomes
demonstrativos
Pronomes demonstrativos situam
alguém ou alguma coisa no tempo, no espaço e no discurso, em relação às próprias
pessoas do discurso: quem fala, com quem se fala, de quem se fala. Podem ser
invariáveis ou variáveis em gênero (masculino e feminino) e número (plural e
singular). Possuem ainda uma finalidade expressiva, reforçando algum termo
anteriormente mencionado.
Pronomes
demonstrativos variáveis:
1.ª pessoa: este, esta, estes, estas
2.ª pessoa: esse, essa, esses,
essas
3.ª pessoa: aquele, aquela,
aqueles, aquelas
Pronomes
demonstrativos invariáveis:
1.ª pessoa: isto
2.ª pessoa: isso
3.ª pessoa: aquilo
Pronomes
demonstrativos combinados com preposições
Os
pronomes demonstrativos contraem-se com as preposições a, em e de.
Pronomes
demonstrativos contraídos com preposições:
Preposição a – àquele, àquela, àqueles, àquelas, àquilo.
Preposição em – neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse, nessa, nesses, nessas, nisso, naquele, naquela, naqueles, naquelas, naquilo.
Preposição de – deste, desta, destes, destas, disto, desse, dessa, desses, dessas, disso, daquele, daquela, daqueles, daquelas, daquilo.
Exemplos:
Eu moro nesta casa.
Não gosto dessa sua maneira de ser.
Entregue seu teste àquele professor.
Regras de utilização dos pronomes
demonstrativos: este, esta, estes, estas,
isto, neste, nesta, nestes, nestas, deste, desta, destes, destas: são usados quando o que está sendo demonstrado está perto da
pessoa que fala ou no tempo presente em relação à pessoa que fala. Usa-se ainda
para referir o que vai ser mencionado no discurso.
Exemplos:
Esta caneta
aqui é minha.
Este é o ano
do meu casamento.
Isto que está
acontecendo é horrível!
Isto será
explicado mais à frente.
Neste momento
não tenho nada para fazer.
Venha aqui e coloque tudo dentro deste recipiente.
Regras de utilização dos pronomes
demonstrativos: esse, essa, esses, essas,
isso, nesse, nessa, nesses, nessas, desse, dessa, desses, dessas: são usados quando o que está sendo demonstrado está
longe da pessoa que fala e perto da pessoa a quem se fala ou num tempo passado
recente em relação à pessoa que fala. Usa-se ainda para referir o que foi
mencionado no discurso.
Exemplos:
Essa caneta aí
é sua.
Esse foi ser
o ano em que fui mãe.
Isso que
aconteceu foi horrível!
Isso foi
explicado na aula passada.
Nesse dia eu
estava nervosa porque tinha visto um acidente.
Antes de se ir embora, coloque
tudo dentro desse
recipiente que está perto de você.
Regras de utilização dos pronomes
demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, naquele, naquela,
naqueles, naquelas, daquele, daquela, daqueles, daquelas: são usados quando o que está sendo demonstrado está
longe da pessoa que fala e da pessoa a quem se fala. Também se usa para referir
um passado distante ou para referir algo que foi mencionado com uma grande
distância no discurso.
Exemplos:
Aquela caneta
ali é dele.
Aquele foi o
melhor ano da minha infância.
Aquilo foi o
melhor de tudo.
Ela quebrou a perna naquele fim de semana que fomos passear ao
campo.
Este livro é daquele menino da 7º ano. Você sabe quem ele é?
Outros
pronomes demonstrativos
Outras
palavras atuam como pronomes demonstrativos. São variáveis em gênero (masculino
e feminino) e número (plural e singular), mas não se relacionam com as três
pessoas discursivas: O, a,
os, as. Quando acompanharem os pronomes que e qual, podendo ser substituídos por aquele, aquela, aqueles,
aquelas, aquilo.
Exemplos:
Não entendi o que foi dito pelo
apresentador. (aquilo que foi dito).
Essa mochila não é a que eu comprei. (aquela que
eu comprei).
Observa-se
que:
Mesmo,
mesma, mesmos, mesmas
próprio, própria, próprios, próprias reforçam pronomes pessoais e se referem alguma coisa citada anteriormente.
próprio, própria, próprios, próprias reforçam pronomes pessoais e se referem alguma coisa citada anteriormente.
Exemplos:
Ela mesma resolveu o assunto.
Foram os próprios responsáveis que
fizeram a confusão.
Tal, tais, referem-se
a um nome anteriormente citado e transmitem um sentido completo (tal) ou
incompleto (semelhante), podendo ser substituídos por aquele, aquela, aqueles,
aquelas, aquilo, esse, essa, esses, essas, isso, este, esta, estes, estas,
isto. Estes dois pronomes podem ser utilizados ironicamente.
Exemplos:
Não tenha semelhante atitude. (aquela
atitude)
Em tais momentos, não devemos reagir de cabeça
quente. (nesses momentos)
Pronomes
demonstrativos adjetivos e substantivos
Os pronomes
demonstrativos podem ser classificados ainda em pronome demonstrativo adjetivo,
quando acompanha, determina e modifica os substantivos, e em pronome
demonstrativo substantivo, quando substitui o
substantivo numa frase.
Exemplos:
Aquela caneta é
azul. (pronome demonstrativo adjetivo)
O meu filho é aquele. (pronome
demonstrativo substantivo)
Pronomes de Tratamento
Os
pronomes de tratamento são palavras e expressões que usamos quando nos
dirigimos às pessoas. Esses pronomes servem também para indicar o grau de
formalidade existente em determinadas situações.
Exemplos:
Você está cansado. (pronome
utilizado em comunicações mais informais)
O senhor precisa de ajuda?
Sua Magnificência, reitor
desta universidade, fará o discurso de abertura da formatura.
Principais Pronomes de Tratamento
Você: costuma
ser
utilizado em comunicações mais informais. No Brasil, o “você” ainda é considerado uma substituição
do pronome pessoal “tu”.
Senhor /
Senhora (Sr. / Srª): pronome de tratamento utilizado com
pessoas desconhecidas e quando há um nível de formalidade na relação.
Vossa
Senhoria (V.S.ª): utilizado para as autoridades em geral
em tratamentos cerimoniosos.
Vossa
Excelência (V. Ex.ª): destinado às altas autoridades do
Estado (Judiciário, Legislativo e Executivo) e alguns militares (oficiais
generais, por exemplo). Este pronome de tratamento deve ser utilizado por
extenso (sem abreviações) quando se tratar do Presidente da República.
Vossa
Magnificência (V.Mag.ª): para reitores de
universidades.
Vossa
Santidade: pronome de tratamento para o papa
Vossa
Reverendíssima (V.Rev.ª): para sacerdotes em geral.
Vossa
Eminência: (V.Em.ª): utilizado em comunicações com Cardeais.
Exemplos com pronomes de
tratamento
Vossa
Excelência estará presente na cerimônia de encerramento?
Vossa
Eminência estará presente no conclave?
Estou ansioso pela missa
que Vossa Santidade rezará
no Rio de Janeiro.
Vossa
Majestade cumpriu, na perfeição, o protocolo na missa de
entronização do novo Papa.
Vossa
Reverendíssima irá ministrar algum sacramento da igreja
hoje?
Vossa
Magnificência presidirá a cerimônia de encerramento do ano letivo?
Senhorita, queira
fazer o favor de me desculpar, suas vontades serão realizadas imediatamente.
Concordância com os pronomes de
tratamento
Embora os pronomes de tratamento
se dirijam à 2ª pessoa do singular ou do plural, a concordância verbal deverá
ser feita sempre com a 3ª pessoa do singular ou do plural:
Todos os fiéis da sua paróquia
acreditam em si e
seguem seus ensinamentos, Vossa Reverendíssima.
Vossa
Magnificência, sua opinião
e suas decisões
são muito importantes para os estudantes desta universidade.
Vossa ou Sua?
Além do uso de Vossa Senhoria,
Vossa Alteza, Vossa Majestade,…, também é possível o uso de Sua Senhoria, Sua
Alteza, Sua Majestade,… A diferença no uso dessas duas formas é: usamos o
pronome vossa quando estamos falando diretamente com a pessoa e usamos o
pronome sua quando estamos falando sobre a pessoa:
Vossa
Senhoria quer que eu lhe entregue os ofícios agora?
Lamento informar que Sua Senhoria, o diretor
da autarquia municipal, não pode estar presente hoje neste evento.
Pronomes
relativo
Pronomes relativos são pronomes que se
relacionam sempre com o termo da oração que está antecedente, servindo ao mesmo
tempo de elo de subordinação das orações que iniciam. Exercem, assim, uma
função sintática na frase. Normalmente, introduzem as orações subordinadas
adjetivas. Através da utilização de pronomes relativos, evitamos a repetição
dos termos nas orações, sendo fácil relacioná-los e sintetizá-los.
Exemplos:
Orações simples: Este é o museu. Eu
visitei o museu.
Com pronome relativo: Este é o museu que eu visite.
Orações simples: Eu comprei a blusa. A
blusa é amarela.
Com pronome relativo: Eu comprei a blusa que é amarela.
Exemplos
de pronomes relativos
Formas invariáveis: que, quem, onde.
Formas variáveis: o qual, a qual, os
quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Nota: Os pronomes relativos
podem vir precedidos de preposição de acordo com a regência verbal dos verbos
da oração.
Uso dos
pronomes relativos
Que: É o pronome relativo
mais utilizado, sendo considerado um pronome relativo universal. Refere-se a
coisas ou a pessoas e pode ser substituído por: o qual, a qual, os quais e as
quais. Além disso, pode aparecer precedido pelos pronomes demonstrativos o, a,
os, as.
Exemplos:
Acabei de lavar o vestido que estava sujo de tinta.
Já nem sei o que
faço.
Quem: Refere-se somente a
pessoas, nunca a coisas. Vem sempre antecedido de preposição quando tem um
antecedente explícito.
Exemplos:
Este é o garoto a quem sempre amei.
É esta a professora de quem você falou?
Onde: É utilizado para
indicar um lugar, podendo ser substituído por: em que, no qual, na qual, nos
quais e nas quais. Pode ser utilizado juntamente com preposições, formando as
palavras aonde e donde para transmitir noções de movimento.
Exemplos:
Este é o apartamento onde vivi quando pequena.
O hotel onde
ficamos era cinco estrelas.
Qual e suas flexões: Vem sempre precedido
de um artigo. Emprega-se depois de preposições com duas sílabas ou mais e de locuções
prepositivas.
Exemplos:
Pensei nisso naquela noite de tempestade,
durante a qual não
consegui dormir.
Li um livro sobre o qual nunca tinha ouvido falar nada.
Quanto e suas flexões: Aparece depois dos
pronomes indefinidos tudo, tanto, todos, bem como suas flexões.
Exemplos:
Compre tanto quanto
for preciso.
Ele não fez tudo quanto havia prometido.
Cujo e suas flexões: Aparece entre dois
substantivos e transmite uma ideia de posse, sendo equivalente a: do qual, da
qual, dos quais, das quais, de que e de quem. Deve concordar em gênero e número
com a coisa possuída.
Exemplos:
Escolheram os alunos cujas notas foram exemplares.
Preferem atletas cujo condicionamento físico está excelente.
Pronomes
interrogativos
Pronomes interrogativos são utilizados para
interrogar, ou seja, para formular perguntas de modo direto ou indireto.
Referem-se sempre à 3.ª pessoa gramatical e possuem uma significação
indeterminada e imprecisa, que apenas é esclarecida pela resposta dada à
interrogação.
Exemplos - interrogação
direta:
Quem ganhou a competição?
Qual o motivo desta confusão?
Exemplos - interrogação
indireta:
Gostaria de saber quem ganhou a competição.
Diga-me, por favor, qual o motivo desta confusão.
Os pronomes
interrogativos existentes são: que,
quem, qual e quanto, sendo que
os pronomes que e quem são invariáveis, o pronome qual pode variar em número
para quais e o pronome quanto pode variar em gênero e número para quanta,
quantos e quantas.
Exemplos com os
pronomes invariáveis que e quem:
Que é este embrulho?
Que são estes embrulhos?
Que é esta caixa?
Que são estas caixas?
Quem é este garoto?
Quem são estes garotos?
Quem é esta garota?
Quem são estas garotas?
Exemplos com os
pronomes variáveis qual e quanto:
Qual é o propósito deste trabalho?
Quais são os propósitos deste trabalho?
Qual é a vantagem deste trabalho?
Quais são as vantagens deste trabalho?
Quanto dinheiro será
necessário?
Quanta mão de obra será
necessária?
Quantos empregados serão
necessários?
Quantas empregadas serão
necessárias?
Uso e valores dos pronomes interrogativos
Pronome interrogativo que se refere
principalmente a coisas, podendo perguntar: que coisa? ou que espécie de coisa
ou pessoa? Pode vir acompanhado da expressão é que, reforçando a interrogação,
bem como ser utilizado para conferir maior ênfase à interrogação.
Exemplos:
Que comeremos agora?
Que comunicado ele pretende fazer?
Que é que você fez?
O
que terá acontecido?
Pronome interrogativo quem se refere principalmente a pessoas ou coisas
personificadas.
Exemplos:
Quem quer ir comigo ao cinema?
Gostaria de saber quem é o responsável da empresa.
Pronome interrogativo qual se refere a coisas ou a pessoas. Pode
transmitir uma ideia de seleção, ou seja, de identificação de um ou vários
elementos dentro de um grupo.
Exemplos:
Qual é o departamento certo?
Qual de vocês me ajudará nesta tarefa?
Pronome interrogativo quanto
se refere a coisas ou a pessoas. Transmite uma
ideia de quantificação.
Exemplos:
Quanto mais terei que aturar?
Quantas inscrições são
precisas para que a atividade se realize?
Fique sabendo mais!
Os pronomes interrogativos podem ainda ser usados em exclamações que simbolizem uma interrogação com admiração e espanto.
Exemplos:
Que confusão!
Quem diria!
Quanta barbaridade!
Verbo
Verbos são
palavras que indicam, principalmente, uma ação. Podem indicar também uma
ocorrência, um estado ou um fenômeno.
Exemplos
de verbos: patinar; falar; demorar; correr; adormecer; fazer; cair; sair;
imprimir; pôr; ...
Flexão e concordância verbal
Os verbos são uma classe
gramatical complexa e abrangente, devido, principalmente, à pluralidade de
flexões que apresenta. Existe flexão do verbo em número, pessoa, modo, tempo,
aspecto e voz.
Flexão em
número: singular (um sujeito); plural (vários sujeitos).
Flexão em
pessoa: 1.ª pessoa (quem fala: eu e nós); 2.ª pessoa (com quem se
fala: tu e vós); 3.ª pessoa (de quem se fala: ele e eles).
Flexão em
modo: indicativo; subjuntivo; imperativo.
Flexão em
tempo: tempos no passado; tempos no presente; tempos no futuro.
Flexão em
voz: voz ativa; voz passiva; voz reflexiva.
Flexão em
aspecto: aspecto perfectivo e aspecto imperfectivo;
aspecto pontual e aspecto
durativo; aspecto inceptivo, aspecto cursivo e aspecto terminativo; aspecto
contínuo e aspecto descontínuo.
Regra geral, os verbos sofrem
flexão, concordando em número e pessoa com o sujeito verbal. Há, contudo,
alguns casos em que a concordância verbal é feita de forma específica, não
obedecendo a essa regra.
Conjugação verbal
Os verbos são formados por um
radical mais uma terminação. As terminações são diferentes, conforme as flexões
que ocorrem nos verbos.
Nos verbos regulares, existem
três estruturas de conjugação:
1.ª
conjugação: verbos terminados em -ar;
2.ª
conjugação: verbos terminados em -er;
3.ª
conjugação: verbos terminados em -ir.
Nota: O verbo
pôr, acabado em -or, pertence à 2.ª conjugação.
Exemplo
de flexão de um verbo da 1.ª conjugação:
1.ª pessoa do singular: Eu ando (and + -o)
2.ª pessoa do singular: Tu andas (and + -as)
3.ª pessoa do singular: Ele anda (and + -a)
1.ª pessoa do plural: Nós andamos (and + -amos)
2.ª pessoa do plural: Vós andais (and + -ais)
3.ª pessoa do plural: Eles andam (and + -am)
1.ª pessoa do singular: Eu ando (and + -o)
2.ª pessoa do singular: Tu andas (and + -as)
3.ª pessoa do singular: Ele anda (and + -a)
1.ª pessoa do plural: Nós andamos (and + -amos)
2.ª pessoa do plural: Vós andais (and + -ais)
3.ª pessoa do plural: Eles andam (and + -am)
Exemplo
de flexão de um verbo da 2.ª conjugação:
1.ª pessoa do singular: Eu escrevo (escrev + -o)
2.ª pessoa do singular: Tu escreves (escrev + -es)
3.ª pessoa do singular: Ele escreve (escrev + -e)
1.ª pessoa do plural: Nós escrevemos (escrev + -emos)
2.ª pessoa do plural: Vós escreveis (escrev + -eis)
3.ª pessoa do plural: Eles escrevem (escrev + -em)
1.ª pessoa do singular: Eu escrevo (escrev + -o)
2.ª pessoa do singular: Tu escreves (escrev + -es)
3.ª pessoa do singular: Ele escreve (escrev + -e)
1.ª pessoa do plural: Nós escrevemos (escrev + -emos)
2.ª pessoa do plural: Vós escreveis (escrev + -eis)
3.ª pessoa do plural: Eles escrevem (escrev + -em)
Exemplo
de flexão de um verbo da 3.ª conjugação:
1.ª pessoa do singular: Eu divido (divid + -o)
2.ª pessoa do singular: Tu divides (divid + -es)
3.ª pessoa do singular: Ele divide (divid + -e)
1.ª pessoa do plural: Nós dividimos (divid + -imos)
2.ª pessoa do plural: Vós dividis (divid + -is)
3.ª pessoa do plural: Eles dividem (divid + -em)
1.ª pessoa do singular: Eu divido (divid + -o)
2.ª pessoa do singular: Tu divides (divid + -es)
3.ª pessoa do singular: Ele divide (divid + -e)
1.ª pessoa do plural: Nós dividimos (divid + -imos)
2.ª pessoa do plural: Vós dividis (divid + -is)
3.ª pessoa do plural: Eles dividem (divid + -em)
Modos verbais
Os modos verbais indicam a forma
como o falante se posiciona face à ação verbal. Indicam diferentes formas dos
verbos serem utilizados, mediante a significação que apresentam. Os diferentes
tempos verbais estão inseridos nos modos verbais.
Existem três modos verbais:
modo indicativo (indica realidade); modo subjuntivo (indica possibilidade); modo
imperativo (indica ordem).
Tempos verbais
Os tempos verbais indicam o
momento em que ocorre a ação verbal, se ocorre no passado, no presente ou no
futuro.
Tempos
verbais simples do modo indicativo: presente do indicativo; pretérito
imperfeito do indicativo; pretérito perfeito do indicativo; pretérito
mais-que-perfeito do indicativo; futuro do presente do indicativo;
futuro do pretérito do indicativo.
Tempos
verbais compostos do modo indicativo: pretérito perfeito
composto do indicativo; pretérito mais-que-perfeito composto do
indicativo; futuro do presente composto do indicativo; futuro do
pretérito composto do indicativo.
Tempos
verbais simples do modo subjuntivo: presente do subjuntivo; pretérito
imperfeito do subjuntivo; futuro do subjuntivo.
Tempos
verbais compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito
composto do subjuntivo; pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo; futuro
composto do subjuntivo.
Tempos
verbais do modo imperativo: imperativo afirmativo; imperativo
negativo.
Formas nominais dos verbos
As formas nominais não estão
relacionadas com os tempos e os modos verbais. Podem apresentar função de verbo
ou função de nome.
Existem três formas
nominais: infinitivo (estudar, aprender, discernir); gerúndio
(estudando, aprendendo, discernindo); particípio (estudado, aprendido,
discernido).
Classificação dos verbos
Conforme as características que
apresentam, existem vários tipos de classificação verbal. Os verbos podem ser
classificados em:
verbos
regulares, como amar, partir, comer,...
verbos
irregulares, como fazer, dar, poder,...
verbos
anômalos, como ser e ir.
verbos
abundantes, como aceitar, ganhar, pagar,...
verbos
defectivos, como reaver, adequar, banir,...
verbos
impessoais, como haver, fazer, anoitecer,...
verbos
unipessoais, como latir, miar, custar,...
verbos
pronominais, como arrepender-se, queixar-se, sentar-se,...
verbos
principais, como ler, saltar, dormir,...
verbos
auxiliares, como ser, estar, ter,...
verbos de
ligação, como ser, estar, parecer,...
verbos
significativos, como estudar, saltar, namorar,...
verbos
intransitivos, como nascer, viver, morrer,...
verbos
transitivos diretos, como cortar, querer, quebrar,...
verbos
transitivos indiretos, como lembrar, responder, obedecer,...
verbos
transitivos diretos e indiretos, como emprestar, agradecer,
oferecer,...
Locuções verbais
Uma locução verbal é uma
sequência de dois verbos que, juntos, indicam apenas uma ação verbal. São
formadas por um verbo auxiliar flexionado e um verbo principal no particípio,
gerúndio ou infinitivo: tenho vivido; tiver terminado; estão esperando; vou
andando; quero parar; pode quebrar; ...
Formas rizotônicas e arrizotônicas
Formas rizotônicas são formas
verbais em que a sílaba tônica está no radical da palavra.
Formas arrizotônicas são formas verbais em que a sílaba tônica não está no radical da palavra, mas sim na terminação.
Verbo
recear no presente do indicativo:
Eu receio (rizotônicas)
Tu receias (rizotônicas)
Ele receia (rizotônicas)
Nós receamos (arrizotônicas)
Vós receais (arrizotônicas)
Eles receiam (rizotônicas)
Regência verbal
A regência indica o tipo de
relação que o verbo estabelece com os seus complementos.
Verbos
transitivos diretos estabelecem regência com o objeto
direto, sem a presença obrigatória de uma preposição.
Exemplos:
Comprei o livro.
Li o livro.
Perdi o livro.
Verbos
transitivos indiretos estabelecem regência com o objeto
indireto, com a presença obrigatória de uma preposição.
Exemplos:
Acreditei em você.
Duvidei de você.
Respondi a você.
Vozes verbais
As vozes
verbais indicam a posição do sujeito perante a ação verbal: se é agente ou
paciente da ação expressa.
Na voz ativa o sujeito
gramatical é o agente da ação:
Eu feri a minha perna.
Eu feri a minha perna.
Na voz passiva o
sujeito gramatical é o paciente da ação:
A minha perna foi ferida por mim.
A minha perna foi ferida por mim.
Na voz reflexiva o
sujeito gramatical é ao mesmo tempo agente e paciente da ação.
Exemplo:
Eu feri-me na orelha.
Aspecto verbal
O aspecto
verbal se refere à forma como a ação é perspectivada.
Aspecto
perfectivo: Indica uma ação completa.
Aspecto
imperfectivo: Indica uma ação incompleta.
Aspecto
pontual: Indica uma ação momentânea.
Aspecto
durativo: Indica uma ação contínua.
Aspecto
inceptivo: Indica o início da ação.
Aspecto
cursivo: Indica o desenvolvimento da ação.
Aspecto
terminativo: Indica o fim da ação.
Aspecto
contínuo: Indica uma ação continuada.
Aspecto
descontínuo: Indica uma ação interrompida.
Advérbio
Advérbios
são palavras que indicam uma circunstância. Essa circunstância (de tempo, de
lugar, de modo, de intensidade,…) modifica um verbo, um adjetivo ou um
advérbio.
Exemplos de advérbios:
O bebê nasceu aqui.
O bebê nasceu ontem.
O bebê nasceu de manhã.
O bebê nasceu rapidamente.
O bebê já nasceu.
O bebê não nasceu.
Primeiramente, o bebê
nasceu.
Possivelmente, o bebê
nasceu.
Tipos de advérbios
A
classificação dos advérbios é feita conforme a circunstância que um determinado
advérbio transmite.
Advérbio
de lugar
|
aqui;
ali; atrás; longe; perto; embaixo; … |
Advérbio
de tempo
|
hoje;
amanhã; nunca; cedo; tarde; antes; … |
Advérbio
de modo
|
bem;
mal; rapidamente; devagar; calmamente; pior; … |
Advérbio
de afirmação
|
sim;
certamente; certo; decididamente; … |
Advérbio
de negação
|
não;
nunca; jamais; nem; tampouco; … |
Advérbio
de dúvida
|
talvez;
quiçá; possivelmente; provavelmente; porventura; … |
Advérbio
de intensidade
|
muito;
pouco; tão; bastante; menos; quanto; … |
Advérbio
de exclusão
|
salvo;
senão; somente; só; unicamente; apenas; … |
Advérbio
de inclusão
|
inclusivamente;
também; mesmo; ainda; … |
Advérbio
de ordem
|
primeiramente;
ultimamente; depois; … |
Advérbios interrogativos
Alguns
advérbios podem ainda ser classificados em advérbios interrogativos, sendo
utilizados nas interrogações diretas e indiretas e indicando circunstâncias de
lugar, tempo, modo e causa.
São os advérbios:
por que? (indicando causa);
onde? (indicando lugar);
como? (indicando modo);
quando? (indicando tempo).
Exemplos uso de advérbios interrogativos:
Onde está sua carteira?
Perguntei onde estava sua
carteira.
Graus dos advérbios
Os
advérbios são palavras invariáveis, não sendo flexionadas em gênero (masculino
e feminino) e número (plural e singular). Apesar disso, alguns advérbios podem
ser flexionados em grau (comparativo e superlativo), similares aos graus dos
adjetivos.
Grau
comparativo de inferioridade é Formado por: menos + advérbio +
que /do que.
Exemplo: Ele come menos lentamente do que eu.
Grau
comparativo de igualdade é formado por: tão + advérbio + quanto/ como/
quão.
Exemplo: Ele come tão lentamente como eu.
Grau
comparativo de superioridade é formado por: mais + advérbio +
que/ do que.
Exemplo: Ele come mais lentamente do que eu.
Grau
superlativo absoluto sintético é formado por: advérbio + sufixo
(normalmente sufixo -íssimo).
Exemplo: O avião chegou cedíssimo ao aeroporto.
Grau
superlativo absoluto analítico é acompanhado de outro advérbio:
muito + advérbio.
Exemplo: Aquele estudante escreve muito bem.
Nota: É comum
a utilização de formas diminutivas em alguns advérbios, como pertinho,
longinho, pouquinho, cedinho,… Esta forma diminutiva do advérbio transmite a
noção de muito perto, muito longe, muito pouco, muito cedo,…
Formas irregulares
Os
advérbios bem, mal, muito e pouco, assumem formas irregulares nos graus
comparativo e superlativo.
Advérbio
bem
comparativo: melhor, mais bem
superlativo: otimamente, muito
bem
Advérbio
mal
comparativo: pior, mais mal
comparativo: pior, mais mal
superlativo: pessimamente, muito
mal
Advérbio
muito
comparativo: mais
superlativo: muitíssimo, o mais
Advérbio
pouco
comparativo: menos
superlativo: pouquíssimo, o menos
Locução adverbial
Uma
locução adverbial é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam
como um advérbio, alterando o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.
Exemplos de locuções adverbiais:
Aquele fã sabe de cor as letras de
todas as músicas.
Em breve,
estaremos viajando pelo Japão.
Gosto mais de trabalhar de noite.
Classificação
das locuções adverbiais
As
locuções adverbiais são, também, classificadas conforme a circunstância que
expressam.
Locução
adverbial de lugar
|
à esquerda;
à frente; ao lado; em cima; por perto; em volta; … |
Locução
adverbial de tempo
|
pela manhã;
de noite; à tarde; em breve; às vezes; … |
Locução
adverbial de modo
|
em silêncio;
de cor; ao contrário; às pressas; à vontade; … |
Locução
adverbial de afirmação
|
com certeza;
sem dúvida; por certo; de fato; … |
Locução
adverbial de negação
|
de forma alguma;
de modo algum; de jeito nenhum; de maneira nenhuma; … |
Locução
adverbial de intensidade
|
de muito;
de pouco; de todo; em excesso; … |
Locução
adverbial de dúvida
|
com certeza;
quem sabe; … |
Fonte: Tufano, Douglas. Estudo de língua
portuguesa: gramatica – 2. ed. São Paulo:
Moderna, 1990.
https://www.normaculta.com.br
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