O PAVÃO
Lá em Copacabana havia
uma família que morava em frente ao mar, numa casa linda de azulejo português e
telha francesa. Era uma das últimas casas na praia, o resto já tinha vindo
abaixo para construir edifícios de apartamentos.
A casa ficava no meio
de um jardim que era uma beleza: todo plantado de grama inglesa. E a família
mandou buscar flor holandesa para plantar em volta. Depois botaram um muro bem
alto a fim de ninguém espiar para dentro, e mais um pastor alemão preso numa
corrente para latir e meter medo na hora de alguém entrar.
Aí os amigos da família disseram que um gramado assim tão bonito precisava de
um bicho lindo que nem pavão, andando pra cá e pra lá. Então puseram um anúncio
no jornal dizendo assim:
Precisa-se
de um pavão para passear
Na grama (inglesa) de um jardim, das
8 às 22 horas. Casa de fino trato.
Paga-se bem. Tel.: 255-3131.
Seu Joca
leu o anúncio no dia em que ia levar o pavão de volta ao zoo, donde o tinha
roubado. E logo depois leu a notícia de um médico que andava fazendo uma
operação legal no ouvido: quem era surdo ficava ouvindo até voo de mosca. A
operação custava caro: seu Joca não tinha dinheiro. Aí, de repente, aconteceu
uma coisa muito impressionante: o arrependimento de seu Joca começou a sumir.
Pensava nas crianças que iam ver o pavão no zoo e resmungava:
--- Tanto bicho lá pra ver, pra quê precisa ver o pavão também?
E na hora em que o arrependimento sumiu todo, seu Joca pegou o pavão e os dois
atravessaram a cidade.
Quando seu Joca tocou a campainha da casa de Copacabana, o pastor alemão latiu,
a família apareceu, ficou maravilhada com o pavão. Viu logo que ele era coisa
estrangeira muito fina, perguntou quanto é que custava. Seu Joca bateu no
ouvido para mostrar que era surdo, o dono da casa esfregou um dedo no outro.
Seu Joca sabia que há gente que só gosta de coisa bem cara e então pediu um
dinheirão pela ave. A família ficou entusiasmada com o preço, mas como o
vendedor era pobre, ofereceram a metade, quem sabe ele topava? E seu Joca
topou.
Seu Joca e o pavão se abraçaram e nunca mais se viram.
O pavão passeava no gramado o dia inteiro. Bem devagar.
Lindo que só ele! E o pastor alemão preso na corrente. Quando o pavão ia
chegando perto, o cão desatava a latir. O pavão quase morria de susto; num
instante aprendeu a não passear perto do cachorro. Um empregado trazia água e
comida pros dois; depois sumia. A família ia viajar, sumia.
Lígia
Bojunga Nunes. A casa da Madrinha, págs. 63-64.
Livraria Agir Editora, Rio, 1978.
Entendendo o texto
01 – Em que cidade aconteceram os
fatos narrados no texto?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
02 – Informe, com detalhes, como
era a casa e onde estava situada.
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03 – Marque as afirmações verdadeiras, com referência
à família de que fala a história.
( ) Era uma família rica e de fino trato.
( )
Não gostava de viajar e, se o fazia, deixava a casa abandonada.
( ) Apreciava muito (até demais!) coisas
estrangeiras.
( ) Não
apreciava muito coisas estrangeiras.
04 – Que sugestão os amigos deram à
família para tornar o jardim mais sofisticado?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
05 – Quem pôs o anúncio no jornal
para conseguir o pavão?
( ) Seu Joca.
( ) A família.
( ) Os amigos da família.
( ) Nenhum das alternativas.
( ) Nenhum das alternativas.
06 – Seu Joca fez duas coisas
ilícitas, isto é, proibidas, desonestas.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
07 – Seu Joca arrependeu-se de ter
roubado o pavão e quis devolvê-lo ao zoo. Copie a frase em que a autora afirma
isso:
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
08 – Que pretextos ou desculpas
arranjou ele para justificar suas más ações e abafar o remorso?
09 – Seu Joca quis explorar o rico,
pedindo muito dinheiro pelo pavão. Por quê?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10 – Destaque do texto frases que
dão ideia da beleza do pavão.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
11 - “...
em Copacabana havia uma família ...” Retire do trecho:
Um substantivo próprio:
__________________________________
Um artigo indefinido: ____________
Um substantivo comum: ______________
12 – No
trecho: “Depois
botaram um muro bem alto a fim de ninguém a) espiar para
dentro,...” Indique a classe gramatical das palavras
sublinhadas.
a)R: _________________________________________________
b) R:
_________________________________________________
c) R:
_________________________________________________
d) R:
__________________________________________________
GABARITO
01 – Os fatos aconteceram na cidade
do Rio de Janeiro.
02 – Era uma bonita casa de azulejo
português e telha francesa. Erguia-se no meio de um belo jardim e era cercada
por um muro bem alto. A casa ficava em Copacabana, em frente ao mar.
03 – (X) Era uma família rica e de fino trato.
( )
(X) Apreciava muito (até demais!)
coisas estrangeiras.
( )
04 – Sugeriram que nele fosse
colocado um pavão.
05 – ( )
(X) A família.
( )
(
)
06 – Roubou o pavão do Jardim Zoológico.
Vendeu
uma ave que ele tinha roubado.
07 – Seu Joca leu
o anúncio no dia em que ia levar o pavão de volta ao zoo, donde o tinha
roubado.
08 – Ele estava precisando de
dinheiro para operar o ouvido.
No zoo havia tantos bichos para as crianças verem
que o pavão não iria fazer falta.
09 – Porque ele sabia que há
pessoas que só gostam de coisas caras.
10 – A família ficou maravilhada
com o pavão.
Lindo
que só ele!
11 - Copacabana
uma
família
12 – a)R: Verbo regular.
b) R: Adjetivo.
c) R: Pronome indefinido.
d) R: Adverbio de lugar.
Lembrando
ADJETIVOS
Adjetivo é a palavra que expressa
características, qualidades ou defeitos) e estados dos seres.
Exemplos:
“Eu não tinha esse rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro”
Observa-se que as palavras calmo, triste e magro
estão caracterizando o substantivo rosto.
Locução adjetiva
A locução adjetiva é toda expressão
constituída, em geral, por preposição (com, sem, de) + substantivo,
que serve para caracterizar o substantivo.
“Eu não tinha estas mãos sem força”
Veja a seguir algumas locuções adjetivas:
de águia = aquilino
de aluno = discente
de anjo = angelical
de ano = anual
de aranha = aracnídeo
de asno = asinino
de baço = esplênico
de bispo = episcopal
de bode = hircino
de aluno = discente
de anjo = angelical
de ano = anual
de aranha = aracnídeo
de asno = asinino
de baço = esplênico
de bispo = episcopal
de bode = hircino
de boca= bucal ou oral
de boi = bovino
de bronze = brônzeo ou êneo
de cabelo = capilar
de cabra = caprino
de campo = campestre ou rural
de cão = canino
de carneiro = arietino
de cavalo = cavalar, equino, equídio ou hípico
de chumbo = plúmbeo
de chuva = pluvial
de cinza = cinéreo
de coelho = cunicular
de cobre = cúprico
de couro = coriáceo
de criança = pueril
de dedo = digital
de boi = bovino
de bronze = brônzeo ou êneo
de cabelo = capilar
de cabra = caprino
de campo = campestre ou rural
de cão = canino
de carneiro = arietino
de cavalo = cavalar, equino, equídio ou hípico
de chumbo = plúmbeo
de chuva = pluvial
de cinza = cinéreo
de coelho = cunicular
de cobre = cúprico
de couro = coriáceo
de criança = pueril
de dedo = digital
de dia= diurno
de diamante = diamantino ou adamantino
de elefante = elefantino
de enxofre = sulfúrico
de esmeralda = esmeraldino
de estômago = estomacal ou gástrico
de falcão = falconídeo
de farinha = farináceo
de fera = ferino
de ferro = férreo
de fígado = figadal ou hepático
de fogo = ígneo
de gafanhoto = acrídeo
de garganta = gutural
de gelo = glacial
de diamante = diamantino ou adamantino
de elefante = elefantino
de enxofre = sulfúrico
de esmeralda = esmeraldino
de estômago = estomacal ou gástrico
de falcão = falconídeo
de farinha = farináceo
de fera = ferino
de ferro = férreo
de fígado = figadal ou hepático
de fogo = ígneo
de gafanhoto = acrídeo
de garganta = gutural
de gelo = glacial
de gesso = gípseo
de guerra = bélico
de homem = viril ou humano
de ilha = insular
de intestino = celíaco ou entérico
de inverno = hibernal ou invernal
de lago = lacustre
de guerra = bélico
de homem = viril ou humano
de ilha = insular
de intestino = celíaco ou entérico
de inverno = hibernal ou invernal
de lago = lacustre
de laringe = laríngeo
de leão = leonino
de lebre = leporino
de lobo = lupino
de lua = lunar ou selênico
de macaco = simiesco, símio ou macacal
de madeira = lígneo
de leão = leonino
de lebre = leporino
de lobo = lupino
de lua = lunar ou selênico
de macaco = simiesco, símio ou macacal
de madeira = lígneo
de manhã= matutino
de marfim = ebúrneo ou ebóreo
de mestre = magistral
de monge = monacal
de neve = níveo ou nival
de marfim = ebúrneo ou ebóreo
de mestre = magistral
de monge = monacal
de neve = níveo ou nival
de noite = noturno
de nuca = occipital
de orelha = auricular
de ouro = áureo
de ovelha = ovino
de paixão = passional
de pâncreas = pancreático
de pato = anserino
de peixe = písceo ou ictíaco
de pombo = columbino
de porco = suíno ou porcino
de prata = argênteo ou argírico
dos quadris = ciático
de raposa = vulpino
de rio = fluvial
de serpente = viperino
de sonho = onírico
de nuca = occipital
de orelha = auricular
de ouro = áureo
de ovelha = ovino
de paixão = passional
de pâncreas = pancreático
de pato = anserino
de peixe = písceo ou ictíaco
de pombo = columbino
de porco = suíno ou porcino
de prata = argênteo ou argírico
dos quadris = ciático
de raposa = vulpino
de rio = fluvial
de serpente = viperino
de sonho = onírico
de tarde= vespertino
de terra = telúrico, terrestre ou terreno
de trigo = tritício
de urso = ursino
de vaca = vacum
de terra = telúrico, terrestre ou terreno
de trigo = tritício
de urso = ursino
de vaca = vacum
Adjetivos
uniformes e biformes
Existem adjetivos que possuem uma forma para o masculino e outra para o feminino.
Exemplos:
mãos geladas
pés gelados
menino bonito
menina bonita
Além dos adjetivos biformes, há também aqueles que possuem apenas uma forma para caracterizar os substantivos.
Exemplos:
Fui à cidade e
comprei uma blusa azul.
Fui à cidade e
comprei um tênis azul.
Observa-se que o
adjetivo azul está caracterizando as
palavras blusa (feminino) e tênis (masculino) mas que ele
permanece invariável, significando, portanto, que são substantivos uniformes.
Colocação do adjetivo
Um adjetivo pode ter valores diferentes, dependendo da sua colocação em relação ao substantivo.
Às vezes, o adjetivo limita o significado do substantivo. Exemplo:
As meninas estudiosas
participarão do concurso de redação.
(Apenas as meninas
estudiosas)
Outras vezes, o adjetivo apenas qualifica. Exemplo:
As estudiosas
meninas participarão do concurso de redação. (Todas as meninas)
Pronomes indefinidos
Pronomes indefinidos indicam que algo ou
alguém é considerado de forma indeterminada e imprecisa. Referem-se sempre à
3.ª pessoa gramatical.
Tabela com todos os pronomes indefinidos
Pronomes indefinidos invariáveis
|
alguém;
ninguém; outrem; tudo; nada; cada; algo. |
Pronomes indefinidos variáveis em
gênero e número
|
algum, alguns, alguma, algumas;
nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas; todo, todos, toda, todas; outro, outros, outra, outras; muito, muitos, muita, muitas; pouco, poucos, pouca, poucas; certo, certos, certa, certas; vário, vários, vária, várias; tanto, tantos, tanta, tantas; quanto, quantos, quanta, quantas. |
Pronomes indefinidos variáveis em
número
|
qualquer, quaisquer;
bastante, bastantes |
Os artigos indefinidos
Os artigos indefinidos são
um, uma, uns, umas.
Os artigos indefinidos
indeterminam os substantivos, caracterizando-os de forma vaga, imprecisa e
generalizada, sem particularizar e individualizar seres e objetos.
Exemplos com artigos indefinidos:
Estou procurando um professor de Inglês . (um professor qualquer)
Estou procurando uma professora de Matemática.
(uma professora qualquer)
Artigos são palavras que
acompanham os substantivos, indicando o número (singular ou plural) e o gênero
(masculino ou feminino) desses substantivos.
Exemplos:
Um: artigo indefinido indicativo do masculino
singular: um amigo.
Uns: artigo indefinido indicativo do masculino plural: uns amigos.
Uma: artigo indefinido indicativo do feminino singular: uma amiga.
Umas: artigo indefinido indicativo do feminino plural: umas amigas.
Uns: artigo indefinido indicativo do masculino plural: uns amigos.
Uma: artigo indefinido indicativo do feminino singular: uma amiga.
Umas: artigo indefinido indicativo do feminino plural: umas amigas.
Advérbios
Os advérbios são palavras
que modificam um verbo,
um adjetivo
ou outro advérbio.
São flexionados em grau (comparativo e superlativo) e divididos em: advérbios
de modo, intensidade, lugar, tempo, negação, afirmação, dúvida.
Classificação
dos Advérbios
De acordo com a
circunstância que exprime, o advérbio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali,
adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima,
onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures,
defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, embaixo, externamente, a
distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
ao lado, em volta.
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde,
outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre,
já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de
manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento,
de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Modo: bem, mal, assim,
adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às
claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito,
desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de
cor, em vão e a maior parte dos que terminam em "-mente": calmamente,
tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente,
escandalosamente, bondosamente, generosamente.
Afirmação: sim, certamente,
realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Negação: não, nem,
nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
Dúvida: acaso, porventura,
possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por
certo, quem sabe.
Intensidade: muito, demais, pouco,
tão, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz,
que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por
completo, extremamente, intensamente, grandemente, bem
(quando aplicado a propriedades graduáveis).
Exclusão: apenas,
exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente.
Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das árvores.
Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das árvores.
Inclusão: ainda, até, mesmo,
inclusivamente, também.
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a adolescência.
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a adolescência.
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente.
Por exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por comparecerem à festa.
Por exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por comparecerem à festa.
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